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1.8.20

PAIDEIA - 19 - SOFISTAS (Parte 3) - 20202




PAIDEIA

Sofistas, crise do estado e da educação

Paideia

2020/ago/01





1
PRÓLOGOS (Clique aqui)
- PAIDEIA
- TUDO JUNTO
- OS GREGOS E NÓS
- HISTÓRIA TRADICIONAL
- HISTÓRIA ALTERNATIVA


2
INTRODUÇÃO (Clique aqui)
- ANTIGOS
- MODERNOS


3
LUGAR DOS GREGOS NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO (Clique aqui)
- EDUCAÇÃO
- COMUNIDADE
- MUTABILIDADE
- IMUTABILIDADE
- PROXIMIDADE FAMILIAR
- ESTRANHEZA DISTANTE
- POVOS ORIENTAIS
- SENTIDO DE HISTÓRIA
- EDUCAÇÃO GREGA
- CÍRCULO VICIOSO DO POSITIVISMO
- CULTURA HOJE
- CULTURA GREGA
- ARTE
- FILOSOFIA
- POLIS


4
NOBREZA E ARETE (Clique aqui)
- FUNÇÃO SOCIAL-COMUNITÁRIA DA EDUCAÇÃO
- FORMAÇÃO DO SER HUMANO
- NOBREZA
- ARETE, AIDOS, NEMESIS, ARISTOI, ARISTEIA
- HOMERO


5
EDUCAÇÃO DA NOBREZA E HOMERO (Clique aqui)
- NOBREZA
- ILÍADA
- ODISSEIA
- MULHERES
- EDUCAÇÃO
- DEUSES
- PARADIGMA MÍTICO EXEMPLAR


6
HOMERO EDUCADOR (Clique aqui)
- CRÍTICAS À POESIA
- POESIA GREGA
- ILÍADA
- ODISSEIA
- EDUCAÇÃO EM HOMERO
- ESCUDO DE AQUILES


7
HESIODO E VIDA NO CAMPO (Clique aqui)
- HOMERO
- HESIODO
- ERGA
- OS TRABALHOS E OS DIAS
- TEOGONIA
- MITO - PROMETEU
- MITO - PANDORA
- MITO - IDADES DO MUNDO
- MITO - FALCÃO E ROUXINOL
- DIREITO
- FUNDAMENTO DA EDUCAÇÃO


8
ESPARTA (Clique aqui)
- POLIS
- ESPARTA E OS POEMAS DE TIRTEU
- CRÍTICAS AO IDEAL ESPARTANO
- NOMOS E RHETRA
- SOLUÇÃO ESPARTANA
- TIRTEU E POLISAÇÃO


9
ATENAS (Clique aqui)
- ESTADO JURÍDICO-POLÍTICO DE ATENAS
- CODIFICAÇÃO E LEGALIDADE
- THEMIS
- DIKE
- DEMOCRACIA
- NOVO TIPO DE SER HUMANO
- EDUCAÇÃO
- DIREITO E FILOSOFIA, FILOSOFIA E DIREITO NA EDUCAÇÃO


10
AUTOFORMAÇÃO DO INDIVÍDUO NA POESIA (Clique aqui)
- A PROSA VENCEU A POESIA
- NOVO LUGAR DA POESIA
- POESIA COMO AUTOAFIRMAÇÃO
- ARQUÍLOCO
- SEMÔNIDES
- MIMNERMO
- ALCEU
- SAFO


11
SÓLON (Clique aqui)
- POESIA DE SÓLON
- EQUILÍBRIO DE FORÇAS
- LEGALIDADE
- OS INIMIGOS
- DUAS CIDADES
- RESÍDUO DA ORDEM DIVINA
- ACIMA DA VONTADE DE PODER
- POSIÇÕES SOBRE A VELHICE



12
FILOSOFIA E COSMOS (Clique aqui)
- A FILOSOFIA GREGA
- MITO E FILOSOFIA
- OS PRIMEIROS FILÓSOFOS
- PROBLEMA DA ORIGEM
- ANAXIMANDRO DE MILETO
- PITÁGORAS
- OUTROS MOVIMENTOS RELIGIOSOS
- EMPÉDOCLES
- XENÓFANES
- CHOQUE CULTURAL
- PARMÊNIDES
- HERÁCLITO


13
TRANSFORMAÇÃO DA NOBREZA (Clique aqui)
- CHOQUE DE DOIS MUNDOS
- OBRA DE TEÓGNIS
- TEÓGNIS: LUTA DE CLASSES E EDUCAÇÃO ERÓTICA
- TEÓGNIS E ÉTICA DE PARTIDO
- PÍNDARO
- PÍNDARO E PLATÃO
- A EDUCAÇÃO É POSSÍVEL?
- ÁGUIAS OU CORVOS?
- POESIA E FILOSOFIA IMPRUDENTES
- CONCLUSÃO


14
POLÍTICA CULTURAL DOS TIRANOS (Clique aqui)
- TIRANIA COMO TRANSIÇÃO
- TIRANIA
- TIRANOS COMO OS VERDADEIROS POLÍTICOS
- PISÍSTRATO
- TIRANIA E EDUCAÇÃO
- REINO DE CRONOS DA MANIPULAÇÃO
- POLÍTICA CULTURAL DA TIRANIA


15
O DRAMA DE ÉSQUILO (Clique aqui)
- ÉSQUILO E AS CLASSES
- O COMBATENTE DE MARATONA
- O POETA DO ESTADO
- DESENVOLVIMENTO DA POESIA
- TRANSFORMAÇÕES DO MITO
- NASCIMENTO DA TRAGÉDIA
- A POESIA E O ESTADO
- A ELEVAÇÃO E TRANSPOSIÇÃO DIONISÍACA DA TRAGÉDIA
- PROBLEMA TEOLÓGICO
- PROMETEU: A TRAGÉDIA DA HUMANIDADE


16
O SER HUMANO TRÁGICO DE SÓFOCLES (Clique aqui)
- TRADIÇÃO DA TRAGÉDIA GREGA
- TRAGÉDIA, TRADIÇÃO E CRIAÇÃO
- TRAGÉDIA E ESTADO
- LUGAR DE SÓFOCLES: TÉCNICA
- LUGAR DE SÓFOCLES: PERSONAGENS
- LUGAR DE SÓFOCLES: EDUCAÇÃO
- ANTÍGONA, FILHA DE ÉDIPO
- ELECTRA
- ÉDIPO, PAI DE ANTÍGONA


17
SOFÍSTICA E EDUCAÇÃO (Clique aqui)
- ORIGEM DA EDUCAÇÃO (PAIDEIA)
- A CULTURA É POLÍTICA E PEDAGÓGICA
- PRESSUPOSTO DA SOFÍSTICA
- FINALIDADES DOS SOFISTAS
- OS MÉTODOS EDUCACIONAIS DOS SOFISTAS


18
SOFÍSTICA E ORIGEM DA PEDAGOGIA E DO IDEAL DE CULTURA (Clique aqui)
- FUNDAR A PEDAGOGIA TÉCNICA
- MITO DA CULTURA TÉCNICA
- ALÉM DA TÉCNICA ESTÁ O HUMANISMO
- CRÍTICA PLATÔNICA
- OS DOIS GRANDES PROBLEMAS DE TODA EDUCAÇÃO
- RELAÇÃO COM O TEMPO
- FUNDAMENTO DO PROCESSO EDUCATIVO SOFISTA
- IMPORTÂNCIA DA MEDICINA
- TRINDADE PEDAGÓGICA DOS SOFISTAS
- DOIS TIPOS DE SERES HUMANOS


O QUE VEREMOS?

- TAREFA EDUCACIONAL DO ESTADO

- TENSÃO E CRISE CONSTANTE

- CONCEPÇÃO ESTATAL VELHA [NOMOS = PHYSIS]

- CONCEPÇÃO ESTATAL NOVA [NOMOS X PHYSIS]

- O QUE VEIO ANTES DO QUÊ? A DISPUTA SOBRE A NATUREZA

- UM EXEMPLO: A DISPUTA PELA NATUREZA HUMANA DES-IGUAL

- OUTRO EXEMPLO: OBEDECER OU NÃO OBEDECER, EIS A QUESTÃO!

- CALICLES: CRÍTICA DO NOMOS 1

- HÍPIAS: CRÍTICA DO NOMOS 2

- ANTIFONTE: CRÍTICA DO NOMOS 3

- CRÍTIAS: CRÍTICA DO NOMOS 4

- OPINIÃO PÚBLICA: CRÍTICA DO NOMOS 5

- CONCLUSÃO: PARADOXO DOS SOFISTAS


1. TAREFA EDUCACIONAL DO ESTADO

• Defendida e exposta pelos sofistas

• Consciência e medida ideal da educação [missão cultural do estado]

• Todas as leis e as instituições do estado têm finalidades educacionais

• Protágoras, Péricles e Tucídides defendem o estado como educador supremo


2. TENSÃO E CRISE CONSTANTE

• Por um lado, estado como educador

• Por outro lado, estado como poder

• No estado, encontramos os dois pólos em tensão constante: educação e poder




• Outra tensão também aparece na crítica de Platão com relação aos sofistas

• Por um lado, repulsa

• Por outro lado, íntima simpatia

• Essa mistura de sentimentos é constantemente causada pelos sofistas

• Não somente pela relação de parentesco existente entre Platão e Críticas, um dos sofistas tiranos

• Lembrar da relação entre Platão e os tiranos de Siracusa

• Difícil relação entre filosofia e política!


3. CONCEPÇÃO ESTATAL VELHA [NOMOS = PHYSIS]

• Consagração da vida individual aos objetivos do estado

• Bem comum

• Bem público

• Normas

• Direito

• Dike

• Eunomia

• Eudemonia

• Polis

• Educação para o estado significa educação para a justiça!

• Ideal de justiça no estado

• Estado jurídico fundado na ordem da razão e da justiça, no qual as divindades ganham características humanas

• É no direito divino que o direito terreno tem as suas raízes

• Concepção geral entre os Gregos

• A autoridade da lei baseia-se na concordância com a ordem divina, com a natureza

• A natureza é a síntese de tudo o que é divino

• Natureza = Lei = Dike = Cosmos




• Péricles

• Sob a superfície da democracia oficial ateniense, as velhas lutas políticas [aristocratas oligarcas]

• Com a morte de Péricles, tornou-se apaixonada a luta pelo poder interno: com as armas da educação sofística




• para os gregos, o estado é a única fonte das normas morais

• nenhuma outra ética existe além da ética do estado = leis da comunidade em que o ser humano vive

• a política e a moral não são dois domínios separados

• uma moral privada é inconcebível para os gregos


4. CONCEPÇÃO ESTATAL NOVA [NOMOS X PHYSIS]

• Vida individual passa a ter mais valor e além do próprio estado

• Crise do bem comum

• Crise do bem público

• Crise das normas

• Crise do direito

• Crise da dike

• Crise da eunomia

• Crise da eudemonia

• Crise da polis

• Crise da educação

• Crise da educação para a justiça!

• Crise do cosmos [ordem, equilíbrio, paz X conflito, força, violência]

• Aqui estão os sofistas

• Aqui está a época dos sofistas




• Sob a superfície da democracia oficial ateniense, as velhas lutas políticas [aristocratas oligarcas]

• Com a morte de Péricles, tornou-se apaixonada a luta pelo poder interno: com as armas da educação sofística

• Educação sofística e questionamentos do ser humano, do estado e do mundo tradicionais




• Começa com os sofistas a criação de um abismo entre as leis do estado e as leis cósmicas = cosmopolitismo da época helenística

• Começa com os sofistas a separação entre política e moral

• Começa com os sofistas a distinção entre lei humana [aparente] e lei natural [verdadeira]


5. O QUE VEIO ANTES DO QUÊ? A DISPUTA SOBRE A NATUREZA


DISPUTA 1

• da natureza para o humano

• de fora para dentro

• do objetivo para o subjetivo

• concepção estatal velha

• na época dos sofistas, as concepções estão entrelaçadas

• physis > nomos


DISPUTA 2

• do humano para a natureza

• de dentro para fora

• do subjetivo para o objetivo

• concepção estatal nova

• na época dos sofistas, as concepções estão entrelaçadas

• nomos > physis


6. UM EXEMPLO: A DISPUTA PELA NATUREZA HUMANA DES-IGUAL


A IGUALDADE É NATURAL [NO ESTADO]

• Eurípedes, "As Fenícias"

• igualdade

• democracia

• lei

• natureza

• ninguém escapa da natureza

• conclusão?

• natureza [humana!] leva à igualdade

• concepção democrática da igualdade, da natureza humana, do cosmos, do estado, do direito, da lei


A DESIGUALDADE É NATURAL [NO ESTADO]

• desigualdade

• aristocracia

• lei-direito do mais forte

• natureza

• conclusão?

• natureza [humana!] leva à desigualdade

• concepção aristocrática da igualdade, da natureza humana, do cosmos, do estado, do direito, da lei


A IGUALDADE É NATURAL [NO COSMOPOLITISMO]

• Hípias

• igualdade

• fraternidade

• humanidade

• natureza

• conclusão?

• natureza [humana!] leva à igualdade de todos os seres humanos

• concepção cosmopolita da igualdade, da natureza humana, do cosmos, do estado, do direito, da lei


7. OUTRO EXEMPLO: OBEDECER OU NÃO OBEDECER, EIS A QUESTÃO!


OBEDECER É JUSTO

• só há duas possibilidades para os gregos

• primeiro, lei do estado em concordância com a vida humana

• lei do estado em concordância com a ordem divina da existência

• ser humano e cidadão são uma e mesma coisa

• obediência do ser humano com relação à lei ou

• aqui, concepção estatal velha


OBEDECER É INJUSTO

• segundo, a lei do estado em contradição com a vida humana

• lei do estado em discordância com a ordem divina ou com a orden natural da existência

• nesse caso, o ser humano deixa de reconhecer a lei do estado

• o ser humano passa a desobedecer as leis do estado por ser limites injustos à natureza

• aqui, concepção nova do estado


8. CALICLES: CRÍTICA DO NOMOS 1

• a justiça democrática como cúmulo da injustiça natural

• tratamos como leões os melhores entre nós

• oprimir, enganar e subjugar os leões afirmar que se deve tratá-los como iguais

• o leão, como ser humano de natureza realmente poderosa, sacode tudo isso [igualdade, lei, justiça]

• rompe e liberta-se

• brilha em todo o seu esplendor o direito da natureza [como desigualdade natural]

• a lei é uma limitação artificial

• a lei é uma convenção dos fracos organizados para controlar seus senhores mais fortes naturais e submetê-los

• direito da natureza [desigualdade, força] é oposto ao direito dos humanos [igualdade, equilíbrio]

• os conceitos de direito, lei, estado, cosmos perderam toda a sua autoridade moral

• na boca do aristocrata, os conceitos de direito, lei, estado, cosmos tornam-se anúncio de revolução-golpe na busca pelo poder

• calicles representa o extremo da desigualdade [sofistas]


9. HÍPIAS: CRÍTICA DO NOMOS 2

• todos somos iguais, parentes, concidadãos pela natureza

• a lei força muitas coisas contra a natureza

• physis > nomos

• a igualdade democrática é limitada apenas aos cidadãos livres e iguais de um mesmo estado

• extensão da igualdade e da fraternidade a todos os seres humanos

• supressão [nivelamento] de todas as diferenças nacionais, históricas e inclusive sociais

• crítica cosmopolita [igualdade internacional] à democracia

• está nascendo a época helenística

• hípias representa o outro extremo da igualdade [cosmopolitismo]

• política realista, naturalista

• igualitarismo abstrato


10. ANTIFONTE: CRÍTICA DO NOMOS 3

• obra "a verdade"

• bárbaros e gregos têm todos a mesma natureza

• todos os seres humanos têm as mesmas necessidades naturais e os mesmos modos de satisfação

• todos respiramos o mesmo ar com a boca e o nariz e todos agarramos com as mãos

• a multiplicidade legal é contrária à natureza

• relativização da validade da norma jurídica

• a lei humana carece de força obrigatória absoluta

• os conceitos de direito, lei, estado, cosmos perderam toda a sua autoridade moral

• são meras externalidades [estão no exterior, externos]

• política realista, naturalista

• igualitarismo abstrato




• distinção fundamental de antifonte: com ou sem testemunhas!

• representa um esvaziamento moral da lei humana

• se a lei humana é algo meramente exterior, aparente e formal, qual o motivo para obedecê-la?

• obedeço a lei humana, se há testemunhas [vigilância, alguém olhando]

• não obedeço as leis, se não há testemunhas [sem vigilância, ninguém olhando]

• platão respondeu essa distinção com o mito do anel de giges
- quem usasse o anel ficava invisível aos seus semelhantes
- assim, seria possível distinguir o ser humano interiormente justo
- daquele que só atende à legalidade externa, formal, aparente
- cuja motivação é parecer justo




• já no caso da lei natural, não pode ser impunemente transgredida, mesmo na ausência de testemunhas!

• a lei natural é "a verdade" do título de sua obra

• a lei natural é a lei verdadeira, autêntica [devo obedecer; não posso transgredir]

• lei humana falsa, artificial [não devo obedecer; posso transgredir]

• a única lei natural humana é a da utilidade [felicidade, alegria, prazer]


11. CRÍTIAS: CRÍTICA DO NOMOS 4

• Crítias, "Sísifo"

• os deuses são invenções humanas, estatais, para conseguir obediência

• os deuses agem como testemunhas invisíveis para fazem com que todos obedeçam as leis

• lembrando a distinção fundamental da ação humana de antifonte entre a ação com e sem testemunhas


12. OPINIÃO PÚBLICA: CRÍTICA DO NOMOS 5

• racionalismo, naturalismo, individualismo, relativismo e hedonismo não são apenas dos sofistas

• mas da opinião pública da época dos sifustas

• exemplo de aristófanes e de sua crítica às mudanças das leis nas democracias na figura do vendedor de leis da assembleia do povo [parece o brasil?]


13. CONCLUSÃO: PARADOXO DOS SOFISTAS

• aptidão dos gregos, desde os tempo homéricos, de considerar as coisas em sua totalidade

• no entanto, tal aptidão pode atuar de diferentes maneiras

• assim, pode-se ver no todo coisas muito distintas


VELHO

• tudo heróico

• prefiro a honra da morte a perder meu escudo

• estado educador do domínio e limites de si próprio

• estado em concordância com a natureza e a divindade

• ser humano, estado e mundo antigos


NOVO

• tudo natural

• prefiro o pragmatismo de perder meu escudo, mas viver e comprar outro

• estado como poder, força e abuso de si próprio

• estado em discordância com a natureza e a divindade

• ser humano, estado e mundo novos




• a força dos sofistas está na consciência de sua arte de educação formal

• a fraqueza dos sofistas está na inconsciência dos fundamentos éticosde sua arte de educação formal

• Se, por um lado, "É perfeitamente natural que numa geração tão individualista se fomentasse com extraordinário vigor a exigência da educação e que esta chegasse a processar-se com isólita maestria",

• mas, por outro lado, "(...) nenhum tempo sentiria como este a ausência de uma força educacional , a íntima segurança de um objetivo a realizar"!

• eis o paradoxo dos sofistas: uma educação cheia em indivíduos vazios


JAEGER, Werner.

Paideia: a formação do homem grego. 4.ed.

São Paulo, Martins Fontes, 2001.

Sofística, crise do estado e da educação, p.373-385

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