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8.7.20

PAIDEIA - 13 - TRANSFORMACAO DA NOBREZA - 20202




PAIDEIA

LUTA E TRANSFORMAÇÃO DA NOBREZA

Paideia

2020/jul/07





1
PRÓLOGOS (Clique aqui)
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- TUDO JUNTO
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2
INTRODUÇÃO (Clique aqui)
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3
LUGAR DOS GREGOS NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO (Clique aqui)
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- CULTURA GREGA
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4
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5
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HOMERO EDUCADOR (Clique aqui)
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- ILÍADA
- ODISSEIA
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7
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8
ESPARTA (Clique aqui)
- POLIS
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- NOMOS E RHETRA
- SOLUÇÃO ESPARTANA
- TIRTEU E POLISAÇÃO


9
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- ESTADO JURÍDICO-POLÍTICO DE ATENAS
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- DEMOCRACIA
- NOVO TIPO DE SER HUMANO
- EDUCAÇÃO
- DIREITO E FILOSOFIA, FILOSOFIA E DIREITO NA EDUCAÇÃO


10
AUTOFORMAÇÃO DO INDIVÍDUO NA POESIA (Clique aqui)
- A PROSA VENCEU A POESIA
- NOVO LUGAR DA POESIA
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11
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12
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- ANAXIMANDRO DE MILETO
- PITÁGORAS
- OUTROS MOVIMENTOS RELIGIOSOS
- EMPÉDOCLES
- XENÓFANES
- CHOQUE CULTURAL
- PARMÊNIDES
- HERÁCLITO


O QUE VEREMOS?

- CHOQUE DE DOIS MUNDOS

- OBRA DE TEÓGNIS

- TEÓGNIS: LUTA DE CLASSES E EDUCAÇÃO ERÓTICA

- TEÓGNIS E ÉTICA DE PARTIDO

- PÍNDARO

- PÍNDARO E PLATÃO

- A EDUCAÇÃO É POSSÍVEL?

- ÁGUIAS OU CORVOS?

- POESIA E FILOSOFIA IMPRUDENTES

- CONCLUSÃO


1. CHOQUE DE DOIS MUNDOS

VELHO

- Homero, Teógnis, Píndaro

- Aristocracia

- Resistência

- Reação apaixonada

- Oposição

- Consciência de classe [superioridade e proeminência]

- Círculo de senhores hostis e fechados

- Luta pela existência

- Ideal de educação aristocrático



NOVO

- Hesíodo, Tirteu, Sólon, Xenófanes, Parmênides, Heráclito...

- Filosofia

- Novos tempos

- Ideal de educação filosófico


2. OBRA DE TEÓGNIS

- A obra de Teógnis era usada-cantada nos banquetes

- Demonstra um espírito hostil ao demos

- Tem por objeto o eros, que se festeja nas ocasiões dos banquetes [o mesmo vale para Platão]

- Sua obra tem como característica a constante e repetida invocação a Cirno, de nobre ascendência

- Tal invocação serve para provar a autenticidade da obra de Teógnis

- Outra característica de Teógnis na sua obra é o emprego de um artifício de autoria: o seu selo

- Assim, gravando seu nome em seus versos, se protege contra o esquecimento e também contra o roubo

- Conservar a propriedade como traço individualista em um aristocrata [sinal dos novos tempos]

- Na época, a repetição de versos na forma de provérbios populares tinha o perigo de se esquecer a autoria

- No entanto, a obra de Teógnis foi unida a várias outras obras, o que fez com que esses dois critérios [Cirno e selo] se tornassem difíceis para determinar a autenticidade

- Mesmo assim, o livro de invocações a Cirno dá uma ideia da obra de Teógnis e da jovialidade e do calor próprios dos banquetes


3. TEÓGNIS: LUTA DE CLASSES E EDUCAÇÃO ERÓTICA

- "Quero ensinar-te as coisas dos nobres"

- A tradição oral da aristocracia colocada em verso na poesia de Teógnis

- Formação integral dos nobres

- O pressuposto essencial da relação educadora é eros

- O eros masculino = as mais altas concepções de excelência, perfeição e nobreza humana [arete corporais e intelectuais]

- O eros do homem pelos jovens ou adolescentes como elemento histórico e ético essencial dos gregos

- O amor dos adolescentes aparece ao lado do amor das mulheres e dos esportes nobres

- O impulso educador tem um aspecto erótico

- A relação do mane com o amado pode ser comparada com a autoridade educador dos pais, mas na fase de maturidade varonil

- O eros educativo manifestava-se nos banquetes

- O contexto de Teógnis é o de luta de classes, quase guerra civil [nobres, povo, tiranos]

- Defende - com ódio, desprezo e ressentimento - a volta da desigualdade e do governo dos nobres

- Os homens populares e tiranos são miseráveis e ignorantes de qualquer norma tradicional

- Sólon = ética do estado e Hesíodo = ética do trabalho X Teógnis = ética aristocrática

- Ética aristocrática como código de validade universal

- Injustiça é não ter qualquer medida de distição do que é e do que não é nobre

- A tradição é a medida de distinção, por isso deve ser mantida e ensinada


4. TEÓGNIS E ÉTICA DE PARTIDO

- A ética aristocrática converte-se em ética de partido

- Amizade, lealdade, fidelidade entre iguais [espírito de grupo, de classe]

- Quase um estado secreto

- Aristocracia transforma-se num simples partido em luta pela não extinção e pelo poder

- Luta pela sobrevivência

- Conversão da classe em partido

- Atitude rigidamente defensiva

- Não se trata mais de uma ética heróica, mas sim de adaptar-se e acomodar-se às novas condições sociais e políticas

- Crise do conceito de arete: riqueza, moralidade, consideração social

- Ao invés do conceito de riqueza estar associado à nbreza, os novos tempos o associavam à vulgaridade dos novos ricos plebeus

- Para Teógnis, há valores superiores a toda forma de propriedade e de riqueza

- Teógnis presta ironia e humor às ideias de castigo divino [tyche, moira, dike] aos insensatos e injustos

- A autêntica justiça é a nobreza [tradição, sangue, pureza, raça, genealogia]

- Luta contra o poder nivelador do dinheiro e da massa

- Onde houver um nobre a lutar por sua sobrevivência, aí estará a poesia de Teógnis

- Que foi utilizada também pela burguesia em sua luta contra o proletariado

- Em Esparta, tais ideais tasnformaram em política de estado!


5. PÍNDARO

- Apogeu da antiga existência mítica, religiosa e aristocrática, que molda toda a forma de sua poesia

- Essência da aristocracia: grandeza, beleza, harmonia, veneração, honra, luta, vitória, glória, prerrogativas, propriedade, nobreza...

- Exaltação das competições, festividades e jogos de Olimpia e Delfos em honra aos deuses

- Ideal divino de ser humano agonístico [corpo e alma em unidade]

- Luta entre a nossa natureza mortal para se aproximar do modelo dos deuses em forma humana

- A poesia de Píndaro é diferente da de Homero em relação à arcianidade [arcaica], pois seus hinos referem-se a um mundo mais antigo daquele de Homero

- Originalmente, apenas a aristocracia participava dos jogos de Olimpia e de Delfos [privilégio de classe]

- Quando a filosofia venceu os mitos, o pensamento [intelecto, mente] venceu o corpo

- O conceito de arete\areta engloba simultaneamente o corpo e a alma

- "Difícil é chegar a ser um humano de autêntica arete, reto e sem falhas, nas mãos, nos pés e no espírito" [Simônides, primeiro sofista]

- Os hinos poéticos e religiosos de Píndaro era para festejar\triunfar a vitória e o vencedor

- A poesia, mesmo tendo um viés religioso, foi sendo transformada em glorificação\divinização humana [sentimentos e ideias pessoais]

- Em Píndaro, mistura-se a glorificação humana e divina

- O paradigma exemplar e o elogio do heróico sobrevive com Píndaro

- Louvar\glorificar\cantar o nobre vencedor em sua vitória [areta] é a "flor da justiça"

- A palavras do poeta eternizam a areta, fazendo, pelas palavras, com que as coisas recobrem o sentido de sua fonte de origem

- Epopeia transforma-se em lírica

- Píndar compara sua posição ante o vencedor que glorifica com a do escultor perante sua obra = ideal da forma humana

- Ser humano e Deuses = ideal, modelo, exemplo, mito, forma, norma, arquétipo = postura semelhante na poesia [Píndaro] e na filosofia [Platão]

- Só alcançam a arete\areta aqueles a quem os deuses amam e enviam boa sorte

- Acontece o mesmo que com os campos, os quais ora dão aos seres humanos o pão de cada dia, ora lhe recusam

- Com o aumento das gerações de uma família, pode aparecer uma colheita má [aphoria]

- Quem vive e age tem de sofrer com culpa e aflição

- O ser humano é dependente do destino [ate, moitra, tyche] em todas as suas ações

- A arete\areta refere-se aos antepassados, tradição, sangue, raça, estirpe, divina

- Poeta = Educador = Legislador = Filósofo = têm em comum o eros, o amor filial [ideal, modelo, exemplo, mito, forma, norma, arquétipo]

- Conhece-te a ti mesmo e torna-te quem és!

- Cada caso individual é referido pelo poeta [educador, legislador, filósofo] ao mito [ideal, modelo, exemplo, forma, norma, arquétipo]

- Força transfiguradora e idealizadora da poesia, do mito, sendo tão real quanto a própria realidade


6. PÍNDARO E PLATÃO

- Ser humano e Deuses = ideal, modelo, forma, arquétipo = postura semelhante na poesia [Píndaro] e na filosofia [Platão]

- Alta areta como ideal forma humana nas olimpíadas de Píndaro

- Comparada com o uso de Sócrates como modelo do futuro filósofo governante de Platão

- Paideia dos nobres de Pìndaro [ideal, modelo, exemplo, mito, forma, norma, arquétipo]

- Relação com as ideias de Platão [ideal, modelo, exemplo, mito, forma, norma, arquétipo]

- É possível a educação?, perguntam-se Píndaro e Platão


7. A EDUCAÇÃO É POSSÍVEL?

- Mas será possível educar, com a convicção de que é no sangue que se encontra a arete-areta?

- Problema da possibilidade de moldar o caráter inato

- A verdadeira virtude pode ser ensinada ou reside no sangue?

- Manifesta-se na pergunta sobre a possibilidade da educação o choque cultural entre a velha nobreza e o novo espírito racional

- Para Píndaro, a educação só é possível quando existe a areta

- A areta não pode ser ensinada, pois é inata, natural

- O saber [estético, ético, técnico, filosófico] é inato em virtude do próprio sangue

- Só entre os nobres há sabedoria

- Os poetas são sábios intérpretes e anunciadores da verdade

- O saber é aprendido, mas apenas pelos que têm arete-areta

- A nobreza é inata e serve de condição para o aprendizado do saber e do poder!


8. ÁGUIAS OU CORVOS?

ÁGUIA

- mais rápida

- enxerga longe

- qualidade profunda [metafísica] do espírito

- viver lá em cima, nas alturas

- movimentando-se livremente

- nobreza, saber e poder



CORVO

- mais lento

- enxerga perto

- qualidade rasa [empírica] do espírito

- viver aqui embaixo, na terra

- movimentando-se com limites

- massa, ignorante e subordinada


9. POESIA E FILOSOFIA IMPRUDENTES

POESIA

- Píndaro

- Paradoxo de Píndaro ao enaltecer os ideais aristocráticos, mas, ao mesmo tempo, celebra tiranos [Siracusa]

- A última tarefa dos poetas nobres é, na nova era, a educação dos reis



FILOSOFIA

- Platão

- Paradoxo de Platão ao filosofar sobre as ideias e contra os sofistas, mas, ao mesmo tempo, tentar implantá-las nos tiranos sofistas [Siracusa]

- A última tarefa dos filósofos é, na nova era, a educação dos reis


10. CONCLUSÃO

- "Parece ser uma lei na vida do espírito que, quando um tipo de existência atinge o seu termo, encontre a força necessária para formular o seu ideal e atingir o seu conhecimento mais profundo"

- "Como se da morte se destacasse o seu aspecto imortal"

- "Assim, a decadência da cultura nobre da Grécia produziu Píndaro"

- "Assim, a decadência da cidade-estado produziu Platão e Demóstenes"

- "Assim, a decadência da hierarquia da Igreja medieval produziu Dante"


JAEGER, Werner.

Paideia: a formação do homem grego. 4.ed.

São Paulo, Martins Fontes, 2001.

Luta e transformação da nobreza, p.230-269

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