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DIREITOS HUMANOS
2024-1
HISTÓRIA DO DIREITO
2024-1
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OAB QUESTÕES DE FILOSOFIA DO DIREITO
2023-2
SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA JURÍDICAS
2023-2
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DIREITO CIVIL 1
2023-2
HISTÓRIA DO DIREITO
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA
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CRIMINOLOGIA
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2022-1
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2021-2
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22.6.20
PAIDEIA - 10 - AUTOFORMACAO DO INDIVIDUO NA POESIA - 20201
Autoformação do indivíduo na poesia
Paideia
2020/jun/23
O QUE JÁ VIMOS?
1
PRÓLOGOS (
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PAIDEIA
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TUDO JUNTO
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4
NOBREZA E ARETE (
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FUNÇÃO SOCIAL-COMUNITÁRIA DA EDUCAÇÃO
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NOBREZA
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PARADIGMA MÍTICO EXEMPLAR
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CRÍTICAS À POESIA
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ODISSEIA
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EDUCAÇÃO EM HOMERO
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7
HESIODO E VIDA NO CAMPO (
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HOMERO
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ERGA
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MITO - PROMETEU
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MITO - FALCÃO E ROUXINOL
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DIREITO
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FUNDAMENTO DA EDUCAÇÃO
8
ESPARTA (
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ESPARTA E OS POEMAS DE TIRTEU
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CRÍTICAS AO IDEAL ESPARTANO
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NOMOS E RHETRA
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SOLUÇÃO ESPARTANA
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TIRTEU E POLISAÇÃO
9
ATENAS (
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ESTADO JURÍDICO-POLÍTICO DE ATENAS
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CODIFICAÇÃO E LEGALIDADE
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THEMIS
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DIKE
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DEMOCRACIA
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NOVO TIPO DE SER HUMANO
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EDUCAÇÃO
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DIREITO E FILOSOFIA, FILOSOFIA E DIREITO NA EDUCAÇÃO
O QUE VEREMOS?
-
A PROSA VENCEU A POESIA
-
NOVO LUGAR DA POESIA
-
POESIA COMO AUTOAFIRMAÇÃO
-
ARQUÍLOCO
-
SEMÔNIDES
-
MIMNERMO
-
ALCEU
-
SAFO
1. A PROSA VENCEU A POESIA
-
Estado
-
Direito
-
Democracia
-
Cidadania
-
Não existia criação poética própria estatal
-
Apenas a fundação de algumas cidades utilizavam a forma épica tradicional
-
Não existia uma epopeia do estado, tal como haverá na Eneida de Vírgílio para os romanos
-
O novo ethos do estado é a prosa!
-
Expressão revolucionária tal como ocorreu na codificação das leis escritas (do nomos à rhetra)
-
Luta pela submissão da vida e da ação a normas ideais rigorosas e justas
-
Segunda natureza (BIOS POLITIKOS)
-
Estado racional não tem qualquer afinidade com a origem poética
2. NOVO LUGAR DA POESIA
-
Esfera da intimidade, vontade pessoal
-
Alheia à vida política, em segundo plano
-
Novo mundo à poesia
-
Maior importância para a história da educação
-
Os poetas exprimem em nome próprio seus sentimentos e opiniões
-
Paixões
-
Direitos
-
Humor
-
Fábulas
-
Seja qual for a expressão poética, ela sempre pressupõe a estrutura social da polis
-
O indivíduo sempre deve ser entendido na sua sujeição e liberdade na polis
-
Individualismo poético, mas, diferentemente do cristianismo e da modernidade, submetido à norma [dever ser]
-
Para os gregos, o eu está em conexão com o mundo, com a natureza e com a sociedade [objetividade]
-
A objetivação tem suas leis próprias que servem de modelo às próprias leis internas
-
O ideal transfere-se (transposição) para o real, primeiro na cidade, segundo para a individualidade
-
Fato importante para a história da educação
-
Apropriação da epopeia [da tradição] por parte da polis e da personalidade
-
Elevação do indivíduo a um maior grau de liberdade
-
Homero, por ser a fundação, o início, está sempre de algum modo presente
3. POESIA COMO AUTOAFIRMAÇÃO
-
O que há de novo é a consciência de si dos poetas
-
O poeta, que não é de linhagem nobre, veste a forma épica para sua vida inteira
-
Elevação da individualidade às normas ideais de Homero tida como inadequada
-
Conhecimento das próprias limitações
-
Afirmação de si próprio em face dos ideais inapropriados da tradição = libertação!
-
Os efeitos cômicos do humor diante desses ideais da tradição são como uma crítica libertadora
-
As narrativas heróicas da humanidade cedem espaço às suas alternativas trágicas e cômicas
-
Os heróis têm de pensar em comer [têm limites!]
-
Abrandamento espontâneo e sincero das convenções, modelos e ideais rigorosos da tradição
-
Rebelião contra a força da tradição
-
Liberdade, inércia, comodismo, prazeres da vida [motivos hedonistas]
-
Ninguém depois de morto é honrado
-
Quem conhece a baixeza da grande massa perde todo o respeito à voz comum [demos]
-
O espírito do ser humano é tão mutável como os dias que Zeus ilumina [relativismo]
-
A ética nobre,quando transferida para a massa, perde qualquer sentido
-
Assim, a polis suscita a crítica como prevenção contra a maior liberdade
4. ARQUÍLOCO
-
Primeiro censor crítico tido como mestre dos gregos
-
Aparição da sátira na polis grega de crescente liberdade
-
Explosão do popular das festas de Dionisos
-
O poeta não aparece apenas como o porta-voz da opinião comum, mas também como seu crítico contraditor [críticas, p. ex. aos escândalos públicos]
-
Poeta e sua vocação para a publicidade, pois sempre apela aos concidadãos e à comunidade [polis]
-
Não há mais o paradigma mítico exemplar, mas as sátiras e fábulas permanecem como tradição didática popular
-
Os temas preferidos das sátiras são as mulheres [Hesíodo e Semônides] e os homens [Aristófanes]
-
Função social e pública da sátira e das fábulas
-
As paixões humanas não podem ser dominadas pela educação, o que exige outra válvula de escape: a crítica da sátira
-
O poeta pensa a cidade inteira como um público presente; ele é, na crítica da sátira, simultaneamente acusador e juiz
-
O poeta censor da crítica pressupõe um elemento normativo que serve de medida de valor de julgamento
-
Passa-se da poesia satírica à poesia didática [reflexiva]
-
Quanto mais livre o eu na polis, mais forte o problema religioso do destino [Tyche e Moira]
-
Tudo o que o ser humano tem lhe é dado por Tyche como dom
-
A luta do ser humano contra o destino é transferida do mundo dos heróis para a atualidade da esfera da vida real
-
Só é possível um ser humano interiormente livre numa forma de vida escolhida e determinada por ele mesmo
-
Não riquezas, não soberanos, não deuses
-
Intuição de um ritmo [forma, esquema, legalidade] na totalidade da existência humana
-
Ritmo entendido como o que impõe firmeza e limites ao movimento e ao fluxo
-
Ritmo como limitação do movimento, da mudança
-
Nova formação humana = Ritmar a polis e as paixões
-
Auto-submissão da polis e das paixões às leis
-
Separar o humano da epopeia, mas, ao mesmo tempo, transformar a epopeia em vida pessoal
5. SEMÔNIDES
-
Caráter didático
-
Intenção educadora
-
A sabedoria de Homero sobre a brevidade da vida humana é afirmada, mas
-
A novidade está na consequência
-
Gozar os prazeres da vida enquanto é tempo
-
Motivos hedonistas
-
Transposição dos mitos heróicos para o mundo humano [educação]
-
Contrabalancear a polis [cidadania, bios politikos] com a vida privada
-
Equilibrar modelo espartena com modelo ateniense
-
A liberdade do indidualismo [maiores prazeres, felicidade individual] era o complemento necessário da rigorosa legalidade da polis
-
A poesia individualista e hedonista foi necessária para encontrar em Atenas o equilíbrio necessário
-
Poesia, filosofia e educação: todas se fundamentam em princípios universais
6. MIMNERMO
-
Mestre do gozo pleno da vida
-
Sem a loira Afrodite não há vida nem prazer
-
A poesia acolhe a esfera dos prazeres individuais
-
Direitos da vida individual
-
A poesia hedonista é um dos momentos críticos mais importantes da formação humana e da evolução grega
-
Problema do indivíduo como uma luta entre prazer e nobreza
-
Luta que atinge seu ponto máximo nos sofistas e suas disputas com as éticas de Sócrates, Platão e Aristóteles
-
O paradoxo da poesia está em afirmar a liberdade individual, mas, ao mesmo tempo, instaurar a legalidade da polis
-
O paradoxo do estado está em dar sentido à vida individual, mas, ao mesmo tempo, ameaçá-la com a opressão
-
Poesia, filosofia e educação: todas se fundamentam em princípios universais
-
Transposição dos mitos heróicos para o mundo humano [educação]
7. ALCEU
-
Intimidade da vida individual
-
Experiências pessoais
-
Sensibilidade individual
-
Pura expressão de sentimentos
-
Dar forma universal aos sentimentos mais subjetivos
-
Conexão da poesia, da filosofia e do estado
-
Banquetes masculinos e bebida
-
Canções nupciais e amorosas
-
A natureza deixa de ser um espetáculo objetivo, tornando-se movimentos da alma humana e de suas paixões
-
Filosofia de bebedores que sepulta as agruras da vida pessoal na embiraguez dionisíaca
-
Nua solidão humana e pessoal perante o ser
8. SAFO
-
Intimidade da vida individual
-
Conexão da poesia, da filosofia e do estado
-
Poesia feminina [poder do eros feminino]
-
Mundo das mulheres
-
Nova mulher, não simplesmente mãe, amante ou esposa
-
Uma mulher solteira ao serviço das musas
-
Danças, cânticos e jogos
-
Poesia e educação
-
A mulher tem direito de acesso ao mundo das musas e à [auto] formação de sua personalidade
-
Em Safo, o eros não tem nada a ver com psicologia, sensualidade ou com moral cristã burguesa
-
É a plenitude de sentimento e de entrega das profundezas alma humana
-
O sentimento do amor está no centro da existência da mulher [nada a ver com matrimônio, pois nessa época nada tinham a ver com amor]
-
Safo = amor, melancolia e tragédia na sua lenda misteriosa: seus próprios sentimentos de amor infeliz e salto dos rochedos
-
Simplicidade das descrições das experiências e sentimentos da intimidade feminina
-
É como porta-voz do amor que Safo entra no reino da poesia, antes reservado apenas aos homens
-
"O que há de mais belo na Terra é ser amado por quem o coração suspira"
JAEGER, Werner.
Paideia: a formação do homem grego
. 4.ed.
São Paulo, Martins Fontes, 2001.
Autoformação do indivíduo na poesia, p.148-172