SUMÁRIO
1 Abertura 2 Revolução das cotas 3 As universidades 4 As culturalidades
cordel
expressão no "erro" gramatical (variedades linguísticas)
exemplo de diálogo e troca de saberes
representantes CIMI, FUNAI, MPF, UFT, COIAB, ISA, dentre outros
povos tradicionais
tradição e modernidade
74% da população do tocantins é preta ou parda
cotas para indígenas
cotas para quilombolas
políticas de ações afirmativas
inclusão e justiça social
diferença é valor, que deve ser politizada através de políticas públicas de inclusão
três etapas
primeira, o acesso
segunda, a permanência
terceira, o sucesso
sucesso = não jubilar
jubilar = obstáculos e dificuldades existentes e não visíveis
investigar e solucionar tais dificuldades
será que não estamos produzindo exclusão na inclusão?
a seriedade de tal exclusão é que ela não significa a exclusão de apenas uma pessoa
não é individual, mas, sim, de uma comunidade inteira
exemplo dos formados e seus dilemas: ficar ou voltar para comunidade?
acompanhamento institucional da poítica de cotas
próximo passo das cotas = na pós-graduação
epistemologias do sul e cosmogonias (cosmovisões)
metafísicas negras e canibais
a mágica da "etno" = olhar e pensar diferente o diferente
exemplo da etnomusicologia
como ser - verdadeiramente - uma universidade da diversidade?
ser diferente
fazer diferente
refazer diferente
ouvir diferente
ler diferente
escrever diferente
falar diferente
desafiar e desconstruir práticas e discursos da "norma", da "normalidade", "normais"
desafio de pensar a inclusão de forma institucional e multi-campi [unidade]
repensar constantemente práticas e discursos
mudar a maneira de organizar o pensar para acolher o diferente
ampliar saberes, temas, cosmologias, epistemes, ciências, métodos
epistemologias do sul e cosmogonias
Voltar
encontro de saberes
primeiro, as cotas [acesso]
segundo, os saberes [diálogo, "cotas epistêmicas"]
será que a inclusão na universidade significa o branqueamento de tudo e de todos?
será que a inclusão na universidade não significa a exclusão de "seus" [negros, indígenas] saberes?
a inclusão dos saberes excluídos depende de reformas nos currículos
reformas nas bases epistêmicas da universidade
reformas na didática e nas práticas de ensino
reformas na pesquisa, na extensão e nos planos de ensino
os ingressantes pelas cotas não se reconhecem na universidade
cobram conhecimentos, currículos e modelos diferentes de ensino e de avaliação
e cobram os professores nos limítes do seu saber-da sua ignorância
os ingressantes pelas cotas expõem a ignorância dos professores
o que um professor de literatura responde ao indígena que o questiona sobre literatura indígena?
o que um professor de música responde ao negro que o interroga sobre música negra?
o que um professor de filosofia responde ao quilombola que o questiona sobre pensamento africano?
a revolução é conquista dos alunos, pois os professores reagem com ignorância, ódio e violência
uft privilegiada, pois na usp e unicamp a discussão nem apareceu ainda
a modernidade europeia e seu modelo único, normativo e excludente de universidade
eurocentrismo e euroexclusivismo
colonialismo, expansão, conquista, submissão, opressão e violância
exemplos da música e da filosofia como os campos mais fechados e eurocêntricos
somos privilegiados porque podemos construir aqui a carta da transdisciplinaridade [morin]
idade média e modernidade
teocentrismo e humanismo racionalista
europa liberal capitalista burguesa individual
modelo único, normativo e excludente da diversidade
ninguém perguntou aos indígenas e aos negros [sem consulta]
imposição simbólica, normativa e violenta
quais as consequências de tudo isso?
mono-língua
mono-cultura
mono-conhecimento
mono-identidade
mono-ciência
mono-currículo
mono-pesquisa
mono-extensão
unidade da identidade que exclui a multiplicidade da diversidade
sem teologia, sem espiritualidade, sem artes
epistemômetro do eurocentrismo? como identificar e reconhecer? como medir?
qual a história das universidades brasileiras?
qual a natureza específica e essencial da universidade brasileira?
única forma de entender a reprodução da exclusão mesmo depois das cotas!
experiência universitária tardia, elitista e colonizadora
o fundamento da violência é a violência do fundamento
violência fundadora
primeira imprensa apenas em 1808
pouca vida universitária no brasil (usp, 1934, missão francesa)
reprodução de modelos europeus (franceses e alemães)
reproduzir modelos que não são nossos só gera sofrimento
sofrimento aos professores = não conseguem reproduzir
sofrimento aos alunos = não conseguem aprender
porque sequer sabemos que somos diferentes
ou não criamos métodos e epistemologias e instituições que abarquem tal diversidade
romper ou reproduzir o colonialismo (em todas as suas formas!)
anos 80 e simplificação de classes
todos brancos e monolíngues na universidade
este momento, de desafios de alunos das cotas, é um avanço e estímulo para a mudança
pela primeira vez, os que "não sabem" ensinam os que "sabem"
lidar com egos do conhecimento
professores pós-doutores aprendendo com mestres dos povos tradicionais?
mudar o centro da europa para o congo, para o brasil, para a américa latina
poli-arché e an-arché X mono-arché e uno-arché
os mestres e mestras dos povos tradicionais entram nas universidades
notório saber como forma de titulação dos mestres
mapear e titularização de mestres [dar visibilidade]
criar rede nacional, pois as leis de notório saber são estaduais
seus saberes são ensinados na universidade
verdadeira interdisciplinaridade
exemplo mestre bule bule na UFBA e mestre Alexandre do Cavalo Marinho
quase 60% dos mestres são negros, mas não estão nas universidades como professores!
as ciências, as técnicas, as artes e as espiritualidades dos povos tradicionais nos currículos
não se trata de concorrência de\entre excluídos, mas sim de inclusão e diálogo
ir além da experiência das Universidades Populares dos Movimentos Sociais (apenas líderes e não mestres)
desafio de democratizar e conviver na universidade [sobretudo no norte do país]
superar burocracia para trabalhar com povos tradicionais e seus mestres
pensar uma universidade: de massa, popular, diversidade racial, diversidade étnica?
por que não espanhol, mas sim inglês e francês?
por que pensamento ocidental, mas nãi indígena e africano?
por que excluir mais de trezentos povos indígenas com centenas de línguas?
oralidade dos mestres X escrita técnica dos doutores
"sentimos no corpo, na carne, sem a escrita; tudo o que sabemos é nosso e juntos"
construção das identidades
afirmações e negações intersubjetivas e simbólicas
estágio do espelho [psicanálise] e significante [linguística]
identidade natural ou cultural?
deiar de ser ou voltar a ser?
discurso bonito de que todos somos miscigenados
mas racistas na prática
miscigenação discursiva e negação prática de direitos
miscigenação como negar violência
miscigenação como forma de fugir da responsabilidade da própria branquetude
e como branqueamento de identidades
falácia da miscigenação
eu sou branco, mestiço e negro, diz o branco, mas o negro não pode fazer a mesmo!
o racismo se manifesta duplamentenão
primeiro, na negação das cotas
segundo, no roubo e nas fraudes das cotas
ser ou não ser?
ser ou não ser racista?
saber ou não saber lidar com o limite do seu saber e não saber
decisão existencial! [tem que querer, tem que desejar, tem que fazer]
como as minorias transcendem o racismo, a violência, o ódio e o preconceito que sofrem cotidianamente?
unila [rompe monolinguismo, mas sem guarani]
unilab [inclusão de países africanos de língua portuguesa, mas sem currículo africano]
ufsb e ufabc [muda o saber mechendo no currículo; interdisciplinar]
mas os indígenas estão fora!
leis 10.639/2003 [áfrica] e 11.645/2008 [indígenas]
essas leis mudaram alguma coisa em termos de exclusão? NÃO!
desconhecimento das leis = falhas na formação de professores e na gestão educacional
as leis deveriam produzir revisões nos currículos e nos conteúdos
refazer a ordem da universidade e a ordem do discurso dominantes
discente [diversidade de alunos]
docente [diversidade de professores]
pedagógica [diversidade de metodologias]
curricular [diversidade de saberes]
como incluir pessoas e conteúdos?
disciplinas?
interdisciplina?
transversal?
em ambientes reacionários e conservadores e reacionários, a força do diálogo\rgumento deve prevalecer
pensar + argumentar + propor
ver o negativo, neutralizá-lo e propor o diferente [única saída!]
primeiro, assegurar a disciplina a curto prazo
segundo, pensar a interdisciplina e a transversalidade
terceiro, exigir formação de professores
ampliar os espaços e discussões
qual relação do Estado com os indígenas?
estatuto do índio
tutela e integração
ininputabilidade e aculturação
assistencialismo e paternalismo
indígena sem autonomia
lei do regime militar
como o índio deixaria de ser índio
constituinte e mobilização social
rompimento com tutela
rompimento com integração
rompimento com aculturação
dar mais autonomia
não precisa mais deixar de ser índio
acesso à justiça e ao Ministério Público Federal (MPF)
exemplo: indígenas advogados!
as leis mudam, mas
mentalidade dos índios
e mentalidade da sociedade
demoram a mudar!
funai, indígenas e sociedade devem constantemente "discutir a relação"!
sucateamento
sem concurso
sem orçamento
sem importância
sem demarcações
sem direitos
muitos ataques e violências
bancada ruralista e agronegócio
mudar para congresso competência para demarcações contra Constituição
direitos não são dados
são conquistados, mantidos e garantidos
na luta, na mobilização e na união dos povos indígenas contra ataques e violências
desde a invasão em 1500, tudo para os indígenas é na base da luta e da resistência
"precisamos andar, sempre juntos e pra frente"
ação com organização
educação indígena depende de demarcação de terras indígenas
"onde eu estiver, dentro ou fora da aldeia, serei sempre índio"
"minha identidade ninguém mudará"
cada dia que apanhamos, aprendemos; temos que ser o que a gente é"
terras roubadas
línguas roubadas
identidades roubadas
direitos roubados
culturas roubadas
precondeito e discriminação
"eu não sou inferior; eu não sou superior; eu su igual, mas diferente"
respeitar e valorizar a diversidade
"quanto mais estudo, mais confuso fico sobre homem branco não índio"
"não posso matar veado que vou preso, mas também não posso criar gado que não é da minha cultura"
representação política indígena é viável?
fortalecer a funai para que a instituição que deveria proteger os indígenas realmente o faça!
efetivar cotas indígenas
procedimentos administrativos disciplinares da universidade por racismos devem chegar à justiça
assumir o pratagonismo de suas próprias vidas
buscar soluções não apenas no estado, mas também na iniciativa privada
"ninguém deve falar em nome de ninguém; nós, quando falamos, enfrentamos um novo racismo: o da não audição; a negação de nos ouvir"
"conquistar cada vez mais os não lugares da exclusão e com voz própria"
"temos que estar mais nas universidades, mas também precisamos sair dela"