░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░






░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░





░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░ ░


9.6.18

SEMINÁRIO INDÍGENA DIÁLOGO DE SABERES




UFT

SEMINÁRIO INDÍGENA DIÁLOGO DE SABERES

Prof. Dr. José Jorge de Carvalho (UNB)

UFT - Campus Palmas

08, 09 e 10 de maio de 2018

UFT






SUMÁRIO

1 Abertura
2 Revolução das cotas
3 As universidades
4 As culturalidades







1

cordel

expressão no "erro" gramatical (variedades linguísticas)

exemplo de diálogo e troca de saberes

representantes CIMI, FUNAI, MPF, UFT, COIAB, ISA, dentre outros



2

povos tradicionais

tradição e modernidade

74% da população do tocantins é preta ou parda

cotas para indígenas

cotas para quilombolas

políticas de ações afirmativas

inclusão e justiça social

diferença é valor, que deve ser politizada através de políticas públicas de inclusão

três etapas

primeira, o acesso

segunda, a permanência

terceira, o sucesso

sucesso = não jubilar

jubilar = obstáculos e dificuldades existentes e não visíveis

investigar e solucionar tais dificuldades

será que não estamos produzindo exclusão na inclusão?

a seriedade de tal exclusão é que ela não significa a exclusão de apenas uma pessoa

não é individual, mas, sim, de uma comunidade inteira

exemplo dos formados e seus dilemas: ficar ou voltar para comunidade?

acompanhamento institucional da poítica de cotas

próximo passo das cotas = na pós-graduação

epistemologias do sul e cosmogonias (cosmovisões)

metafísicas negras e canibais

a mágica da "etno" = olhar e pensar diferente o diferente

exemplo da etnomusicologia



3

como ser - verdadeiramente - uma universidade da diversidade?

ser diferente

fazer diferente

refazer diferente

ouvir diferente

ler diferente

escrever diferente

falar diferente

desafiar e desconstruir práticas e discursos da "norma", da "normalidade", "normais"

desafio de pensar a inclusão de forma institucional e multi-campi [unidade]

repensar constantemente práticas e discursos

mudar a maneira de organizar o pensar para acolher o diferente

ampliar saberes, temas, cosmologias, epistemes, ciências, métodos

epistemologias do sul e cosmogonias

metafísicas negras e canibais

a mágica da "etno" = olhar e pensar diferente o diferente

exemplo da etnomusicologia




Voltar



1

encontro de saberes

primeiro, as cotas [acesso]

segundo, os saberes [diálogo, "cotas epistêmicas"]

será que a inclusão na universidade significa o branqueamento de tudo e de todos?

será que a inclusão na universidade não significa a exclusão de "seus" [negros, indígenas] saberes?

a inclusão dos saberes excluídos depende de reformas nos currículos

reformas nas bases epistêmicas da universidade

reformas na didática e nas práticas de ensino

reformas na pesquisa, na extensão e nos planos de ensino

os ingressantes pelas cotas não se reconhecem na universidade

cobram conhecimentos, currículos e modelos diferentes de ensino e de avaliação

e cobram os professores nos limítes do seu saber-da sua ignorância

os ingressantes pelas cotas expõem a ignorância dos professores

o que um professor de literatura responde ao indígena que o questiona sobre literatura indígena?

o que um professor de música responde ao negro que o interroga sobre música negra?

o que um professor de filosofia responde ao quilombola que o questiona sobre pensamento africano?

a revolução é conquista dos alunos, pois os professores reagem com ignorância, ódio e violência

uft privilegiada, pois na usp e unicamp a discussão nem apareceu ainda

a modernidade europeia e seu modelo único, normativo e excludente de universidade

eurocentrismo e euroexclusivismo

colonialismo, expansão, conquista, submissão, opressão e violância

exemplos da música e da filosofia como os campos mais fechados e eurocêntricos

somos privilegiados porque podemos construir aqui a carta da transdisciplinaridade [morin]

epistemologias do sul e cosmogonias (cosmovisões)

metafísicas negras e canibais

a mágica da "etno" = olhar e pensar diferente o diferente

exemplo da etnomusicologia




Voltar



1

idade média e modernidade

teocentrismo e humanismo racionalista

europa liberal capitalista burguesa individual

modelo único, normativo e excludente da diversidade

ninguém perguntou aos indígenas e aos negros [sem consulta]

imposição simbólica, normativa e violenta

quais as consequências de tudo isso?

mono-língua

mono-cultura

mono-conhecimento

mono-identidade

mono-ciência

mono-currículo

mono-pesquisa

mono-extensão

unidade da identidade que exclui a multiplicidade da diversidade

sem teologia, sem espiritualidade, sem artes

epistemômetro do eurocentrismo? como identificar e reconhecer? como medir?



2

qual a história das universidades brasileiras?

qual a natureza específica e essencial da universidade brasileira?

única forma de entender a reprodução da exclusão mesmo depois das cotas!

experiência universitária tardia, elitista e colonizadora

o fundamento da violência é a violência do fundamento

violência fundadora

primeira imprensa apenas em 1808

pouca vida universitária no brasil (usp, 1934, missão francesa)

reprodução de modelos europeus (franceses e alemães)

reproduzir modelos que não são nossos só gera sofrimento

sofrimento aos professores = não conseguem reproduzir

sofrimento aos alunos = não conseguem aprender

porque sequer sabemos que somos diferentes

ou não criamos métodos e epistemologias e instituições que abarquem tal diversidade

romper ou reproduzir o colonialismo (em todas as suas formas!)

anos 80 e simplificação de classes

todos brancos e monolíngues na universidade

este momento, de desafios de alunos das cotas, é um avanço e estímulo para a mudança



3

pela primeira vez, os que "não sabem" ensinam os que "sabem"

lidar com egos do conhecimento

professores pós-doutores aprendendo com mestres dos povos tradicionais?

mudar o centro da europa para o congo, para o brasil, para a américa latina

poli-arché e an-arché X mono-arché e uno-arché

os mestres e mestras dos povos tradicionais entram nas universidades

notório saber como forma de titulação dos mestres

mapear e titularização de mestres [dar visibilidade]

criar rede nacional, pois as leis de notório saber são estaduais

seus saberes são ensinados na universidade

verdadeira interdisciplinaridade

exemplo mestre bule bule na UFBA e mestre Alexandre do Cavalo Marinho

quase 60% dos mestres são negros, mas não estão nas universidades como professores!

as ciências, as técnicas, as artes e as espiritualidades dos povos tradicionais nos currículos

não se trata de concorrência de\entre excluídos, mas sim de inclusão e diálogo

ir além da experiência das Universidades Populares dos Movimentos Sociais (apenas líderes e não mestres)

desafio de democratizar e conviver na universidade [sobretudo no norte do país]

superar burocracia para trabalhar com povos tradicionais e seus mestres

pensar uma universidade: de massa, popular, diversidade racial, diversidade étnica?

por que não espanhol, mas sim inglês e francês?

por que pensamento ocidental, mas nãi indígena e africano?

por que excluir mais de trezentos povos indígenas com centenas de línguas?

oralidade dos mestres X escrita técnica dos doutores

"sentimos no corpo, na carne, sem a escrita; tudo o que sabemos é nosso e juntos"



4

construção das identidades

afirmações e negações intersubjetivas e simbólicas

estágio do espelho [psicanálise] e significante [linguística]

identidade natural ou cultural?

deiar de ser ou voltar a ser?

discurso bonito de que todos somos miscigenados

mas racistas na prática

miscigenação discursiva e negação prática de direitos

miscigenação como negar violência

miscigenação como forma de fugir da responsabilidade da própria branquetude

e como branqueamento de identidades

falácia da miscigenação

eu sou branco, mestiço e negro, diz o branco, mas o negro não pode fazer a mesmo!

o racismo se manifesta duplamentenão

primeiro, na negação das cotas

segundo, no roubo e nas fraudes das cotas

ser ou não ser?

ser ou não ser racista?

saber ou não saber lidar com o limite do seu saber e não saber

decisão existencial! [tem que querer, tem que desejar, tem que fazer]

como as minorias transcendem o racismo, a violência, o ódio e o preconceito que sofrem cotidianamente?



5

unila [rompe monolinguismo, mas sem guarani]

unilab [inclusão de países africanos de língua portuguesa, mas sem currículo africano]

ufsb e ufabc [muda o saber mechendo no currículo; interdisciplinar]

mas os indígenas estão fora!

leis 10.639/2003 [áfrica] e 11.645/2008 [indígenas]

essas leis mudaram alguma coisa em termos de exclusão? NÃO!

desconhecimento das leis = falhas na formação de professores e na gestão educacional

as leis deveriam produzir revisões nos currículos e nos conteúdos

refazer a ordem da universidade e a ordem do discurso dominantes




Voltar



Dimensões da interculturalidade

discente [diversidade de alunos]

docente [diversidade de professores]

pedagógica [diversidade de metodologias]

curricular [diversidade de saberes]

como incluir pessoas e conteúdos?

disciplinas?

interdisciplina?

transversal?

em ambientes reacionários e conservadores e reacionários, a força do diálogo\rgumento deve prevalecer

pensar + argumentar + propor

ver o negativo, neutralizá-lo e propor o diferente [única saída!]

primeiro, assegurar a disciplina a curto prazo

segundo, pensar a interdisciplina e a transversalidade

terceiro, exigir formação de professores

ampliar os espaços e discussões



Direitos indígenas: Estatuto do Índio

qual relação do Estado com os indígenas?

estatuto do índio

tutela e integração

ininputabilidade e aculturação

assistencialismo e paternalismo

indígena sem autonomia

lei do regime militar

como o índio deixaria de ser índio



Direitos indígenas: Constituição

constituinte e mobilização social

rompimento com tutela

rompimento com integração

rompimento com aculturação

dar mais autonomia

não precisa mais deixar de ser índio

acesso à justiça e ao Ministério Público Federal (MPF)

exemplo: indígenas advogados!



Direitos indígenas: conclusão

as leis mudam, mas

mentalidade dos índios

e mentalidade da sociedade

demoram a mudar!

funai, indígenas e sociedade devem constantemente "discutir a relação"!



FUNAI

sucateamento

sem concurso

sem orçamento

sem importância

sem demarcações

sem direitos

muitos ataques e violências

bancada ruralista e agronegócio

mudar para congresso competência para demarcações contra Constituição

direitos não são dados

são conquistados, mantidos e garantidos

na luta, na mobilização e na união dos povos indígenas contra ataques e violências

desde a invasão em 1500, tudo para os indígenas é na base da luta e da resistência

"precisamos andar, sempre juntos e pra frente"



Desafios indígenas

ação com organização

educação indígena depende de demarcação de terras indígenas

"onde eu estiver, dentro ou fora da aldeia, serei sempre índio"

"minha identidade ninguém mudará"

cada dia que apanhamos, aprendemos; temos que ser o que a gente é"

terras roubadas

línguas roubadas

identidades roubadas

direitos roubados

culturas roubadas

precondeito e discriminação

"eu não sou inferior; eu não sou superior; eu su igual, mas diferente"

respeitar e valorizar a diversidade

"quanto mais estudo, mais confuso fico sobre homem branco não índio"

"não posso matar veado que vou preso, mas também não posso criar gado que não é da minha cultura"

representação política indígena é viável?

fortalecer a funai para que a instituição que deveria proteger os indígenas realmente o faça!

efetivar cotas indígenas

procedimentos administrativos disciplinares da universidade por racismos devem chegar à justiça

assumir o pratagonismo de suas próprias vidas

buscar soluções não apenas no estado, mas também na iniciativa privada

"ninguém deve falar em nome de ninguém; nós, quando falamos, enfrentamos um novo racismo: o da não audição; a negação de nos ouvir"

"conquistar cada vez mais os não lugares da exclusão e com voz própria"

"temos que estar mais nas universidades, mas também precisamos sair dela"




Voltar

Creative Commons License