PAIDEIA FILOSOFIA EDUCAÇÃO 1
1 Pressupostos teóricos da Educação, na Grécia Antiga
2 Influência dos sofistas na Grécia antiga e identificar as principais questões ligadas à Educação
3 Escolas e conceitos de filosofia e sua relação com educação
4 Olhar crítico diante da realidade educacional atual, principalmente compreendendo-a como fruto de um processo histórico, intrinsecamente vinculado ao pensamento filosófico contemporâneo
1 INTRODUÇÃO
1 Paideia = Antiguidade Clássica
2 Paideia = Educação
3 Paideia: a formação do homem grego, de Werner Jaeger
4 Origem da filosofia; genialidade do povo grego; processo de formação do homem e a elaboração
do ideal de Humanidade (humanismoS)
5 Paideia (ideal educativo cultural). Arete (ideal de excelência virtuosa; Nobreza; a ideia de que deveríamos viver da melhor forma que poderíamos, ou, ainda, em busca do mais valoroso potencial humano; "difícil
de definir: como outros conceitos de grande amplitude
(por exemplo, os de Filosofia ou cultura), resiste a deixar-se encerrar numa fórmula abstrata. Seu conteúdo e significado só se revelam plenamente quando lemos a sua história e lhes seguimos o esforço para conseguirem plasmar-se na realidade" JAEGER). Kalos (beleza). Agathos (virtuosidade). Kalokagatkía (um ideal de conduta na esfera militar). "Ser belo" significa primariamente "ser nobre" no sentido de ser um "bom exemplar do próprio tipo"; "ser belo" é, por assim dizer, "ser de raça". Modelo de homem honrado "nobre e bom" é também "bom cidadão" Aristos.
6 Sócrates, Platão, Aristóteles ("uma vida não refletida não vale a pena ser vivida"; forte vinculação de um ideal de Paideia manifestado na busca de conhecimento; não basta mais ser corajoso ou nobre, tal
como em Homero, ou, ainda, trabalhador, tal como proposto por
Hesíodo, mas ser portador de Areté, buscar a sabedoria, ou, para
lembrarmos Sócrates, é virtuoso aquele que sabe que nada sabe e,
em razão disso, sempre está buscando o saber) e os sofistas (sofismas; professores; presença da sofística no apogeu da democracia grega, sob a liderança de Péricles, certamente não se deu por acaso).
7 Humanismo romano, Paideia cristã e Bildung alemã
8 Nietzsche e Derrida.
9 Adorno e Adler.
10 Século 12, pelo filósofo francês Bernard de Chartres: "Somos como pigmeus sobre os ombros de gigantes". Torcemos para que você se aproprie dos ideais
daqueles que nos antecederam e possa perceber o quanto a relação
Educação e cultura é importante, o quanto estamos carentes de
um ideal de construção pessoal a partir de um ideal humano ou
de humanidade.
2 VISÃO GERAL E BREVE
1 Temática da Educação tendo como pano de fundo o conceito de Paideia
2 Profissão de educador, profissão esta que proporciona os alicerces da sociedade, pois quem a exerce precisa se posicionar diante da realidade e será convidado a ajudar a transformá-la
3 Apropriar-se de conceitos, ideias e reflexões que compõe a área da Filosofia e, portanto, da figura do filósofo ou, para lembrar os filósofos clássicos, daquele que é "amigo da sabedoria"
4 A Filosofia traz em sua gênese, o levantamento do ato de questionamento como uma de suas características principais
5 A Educação está estritamente
vinculada à Filosofia, e a Filosofia ficaria como que inviabilizada sem que venhamos a lidar com o conceito de Educação
6 Educação como Paideia
7 A ação recíproca entre o processo histórico pelo qual se chegou à formação do homem grego e o processo espiritual através do qual os gregos lograram elaborar o seu ideal de humanidade; estava pendente a inteligência daquela
criação educativa ímpar, da qual irradia a imorredoura ação
dos gregos sobre todos os séculos; somente com os gregos surgiu o que podemos verdadeiramente chamar de "civilização" e "perseguição" de um ideal; o objetivo da Educação era o desenvolvimento de um tipo elevado de homem; a cultura
seria resultado e parceira da Educação; na Paideia grega iniciava-se a perseguição consciente de um ideal, um conceito de valor; as pessoas apropriaram-se do desejo de aquisição desse ideal estabelecido e, à medida que seguiam os parâmetros para alcançá-lo e aproximavam-se desse ideal, podiam ver nisso sua realização pessoal
8 Cuidados ao lidar com conceitos. A Filosofia lida, sobretudo, com conceitos. Muito cuidado na interpretação, significação e novos sentidos e usos dos conceitos. Muitas vezes, a ideia que você possui sobre determinado conceito pode ser diversa da proposta em determinado discurso ou usada por determinado autor.
9 Necessidade de lidar com o contraponto de ideias; o exercício da Filosofia nunca deve ter como característica a busca por um ponto final sobre determinado tema, isso porque ela mais se assemelha à busca de pontos e vírgulas
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3 DO MITO AO LOGOS
1 Importância da origem da Filosofia para a compreensão do fenômeno educacional grego
2 Passagem do mito para o logos
3 Momento histórico do nascimento da filosofia
4 Homero e Hesíodo: origem da paideia grega
5 Características da paideia grega
6 Método e objeto da filosofia nascente
7 Milagre do gênio grego e racionalização progressiva
8 Período Pré-homérico. Período Homérico. Período Arcaico. Período Clássico. Religião Pública.
Religião dos Mistérios (orfismo). Mito. Do mito ao logos.
4 PROBLEMATIZAÇÃO
1 Desenvolvimento do pensamento lógico; construir coisas nunca antes imagináveis; Filosofia e Educação
2 Advento do pensamento filosófico; revolução radical na forma do homem se posicionar diante do mundo e dele mesmo
3 Por que e como surgiu a Filosofia? Quais as condições que possibilitaram o advento do pensamento racional?
5 CIÊNCIAS HUMANAS
1 Profissionais das ciências humanas
2 Iniciar uma pesquisa
3 Rastrear de forma detalhada as condições de nascimento, gênese e estruturação, que envolvem seu objeto de estudo
4 Psicólogo. Ao iniciar o tratamento de algum paciente, faz uma investigação cuidadosa de seus anos iniciais, do quadro existente em seu nascimento, levando em consideração as mais diversas dimensões
5 Antropólogo. Ao decidir pesquisar sobre determinado grupo, começa a recolher todo o material possível sobre as condições que favoreceram aquela formação.
6 Tratamento genealógico inicial
7 Itinerário de pesquisa
8 O instrumental teórico
6 CONTEXTO HISTÓRICO
1 Período Pré-homérico: século 20 a.C.-12 a.C.; chegada dos povos gregos; contatos comerciais e marítimos; navegação, metalurgia e escrita
2 Período Homérico: século 12-8º a.C. Conflitos e diáspora grega; formação dos genos, clãs, tribos, famílias; agricultura de subsistência, culto aos antepassados e poder patriarcal; Ilíada e Odisséia; crescimento populacional e crise da estrutura social familiar patriarcal; escassez alimentar e conflitos agrários; desigualdade
social, divisão em classes e individualismo, bem como a escravidão; restabelecimento dos genos em grandes tribos nos cumes cercados por muralhas, locais chamados de acrópoles, das quais nasceram as cidades - polis; escrita, moeda, navegação e conquistas; segunda diáspora grega; uniões de acrópoles possibilitou as cidades-estado
3 Período Arcaico: século 8º-6º a.C. Nascimento das cidades-estado; governos
próprios e limites definidos, mantendo entre si relações diplomáticas; colonialismo grego; alfabeto, literatura e filosofia; fortalecimento do sistema cultural
4 Período Clássico: século 5º-4º a.C. Expansão cultural colonialista grega; auge cultural e decadência das guerras; Guerra de Peloponeso;
5 Nascimento da filosofia: alfabeto [lógica]; constituição [existência pública]; política [democracia]; moeda [abstração das coisas]; comércio [ócio]; navegação [desmistificar o mundo]
7 HOMERO E HESÍODO
1 Obras clássicas
2 Importância paradigmática
e pedagógica na história do Ocidente
3 Hesíodo: criador da poesia didática; época de conflitos agrários; Teogonia compilação de tradições míticas e genealogia dos heróis e dos deuses do olimpo; Os trabalhos e os dias organização do mundo do trabalho dos mortais, salientando a mão humana e o trabalho como princípio
para uma existência digna; trabalho como modelo de honestidade e virtude; escritor mais antigo; era pastor; as musas lhe apareceram e lhe ordenaram "cantar a raça dos benditos deuses imortais";
4 Homero: fundador da poesia épica; o de maior e o mais antigo poeta grego; a Ilíada e a Odisseia; interpretação da experiência humana e da vida grega como favores concedidos pelos deuses; Parmênides e Empédocles usam a mesma estrtura linguística utilizada por Homero; a formatação geral de como os seus deuses seriam e quais as relações que esses deuses mantinham com os humanos; atividade poética do período em que a introdução do alfabeto parece ter promovido o desenvolvimento da literatura; Homero compôs
mais cedo que Hesíodo; "problema homérico"; "Homero foi o educador de toda a Grécia"; o costume de se cantar os poemas que eram transmitidos hereditariamente, ou seja, os poemas eram passados de geração após geração, por meio da reprodução em canto;
5 Poesia e Filosofia: Harmonia. Ritmo. Proporção. Limite. Medida. Não só fatos, mas suas razões, motivações, explicações e fundamentações. Causa e efeito. Existência humana no mundo e totalidade e unidade da realidade. Investigar meticulosamente as coisas, fatos e fenômenos.
6 Religião e Filosofia: existência, mundo, realidade, fenômenos e coisas e suas razões, motivações, explicações e fundamentações. Seja quando a filosofia
subsume determinados conteúdos da religião, seja, também, quando a filosofia tenta contestar a religião (neste ultimo caso, a função contestatária permanece sempre alimentada e, portanto, condicionada, pelo termo contestado).
7 Religião pública: agir conforme a natureza humana; Ulisses ou Odisseu como modelo de autoconhecimento no enfrentamento das sereias; tudo é divino e tudo acontece por obra dos deuses;
8 Religião privada dos mistérios: Orfismo. Orfeu. O homem possui um princípio divino,
um demônio, caído em um corpo devido a uma culpa originária;
esse princípio é imortal e, mesmo o corpo morrendo, ele passará
por uma série de reencarnações para expiar sua culpa. A vida órfica era a única que poderia pôr fim no ciclo das
encarnações. Dualismo corpo e alma. É necessário purificar o elemento divino, enfraquecendo o corpóreo. Influenciou decisivamente o pitagorismo, o empedoclismo e o platonismo. Sem livros, sem instituições religiosas e sem castas sacerdotais, o que implicou uma maior liberdade de pensamento.
8 MITO
1 O mito é uma explicação narrativo-alegórico-simbólica, intuitivo-fantástico-pedagógica da existência humana e do mundo, oferecendo sentido-significado de totalidade e unidade da realidade.
2 Imaginação, intuição e apreensão direta. Instrução prescritiva.
3 Parece que há algo no ser humano que necessita de explicações originárias, definitivas, e essas, muitas vezes, extrapolam o nível de consciência racional
4 Necessidade de perguntas e necessidades de resposta. O mito como uma das primeiras respostas.
5 O mito como a resposta [falsa?] que
um determinado povo conseguiu formular em uma determinada
época, resposta [de mentira?] que serviu para justificar a existência.
6 Cosmogonias e teogonias.
7 As divindades gregas podem ser mais ou menos divididas em dois grandes grupos, o dos deuses antigos e o dos deuses olímpicos. Os deuses olímpicos regem o Universo na época em que vivemos; os deuses antigos representam, grosso modo, as indomadas e poderosas forças criativas que existiam no início dos tempos. Em seu poema Teogonia, Hesíodo justamente contrasta a ordem e a organização que caracterizavam o reinado de Zeus, o rei dos deuses olímpicos, e a desordem que imperada no período precedente
8 Origem da mitologia: teoria bíblica; teoria histórica; teoria alegórica; teoria física; cada uma delas guarda sua validade e compreensão, e que se vistas isoladamente elas não possibilitariam a visão ampla que fornecem quando vistas em conjunto.
9 LOGOS
1 o pensamento racional se infiltra no mito e começa a influenciá-lo; uma verdadeira revolução
paradigmática na Grécia; "devemos encarar a história da filosofia grega como o processo de racionalização progressiva da concepção religiosa do mundo implícita nos mitos" (JAEGER); mudança de consciências influi diretamente em toda a vida grega, e abarca axiologia, epistemologia, estética, gnosiologia, enfim, a realidade em sua forma total
2"De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa da admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das dificuldades mais simples; em seguida, progredindo pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas sempre maiores [...] Ora, quem experimenta uma sensação de dúvida e de admiração reconhece que não sabe; e é por isso que também aquele que ama o mito é, de certo modo, filósofo: o mito, com efeito,
é constituído por um conjunto de coisas admiráveis. De modo
que, se os homens filosofaram para libertar-se da ignorância, é
evidente que buscavam o conhecimento unicamente em vista do
saber e não por alguma utilidade prática. E o modo como as coisas
se desenvolveram demonstra: quando já se possuía praticamente
tudo o de que se necessitava para a vida e também para o conforto
e para o bem-estar, então se começou a buscar essa forma de conhecimento" (ARISTÓTELES).
3 Pré-socráticos, físicos, naturalistas;
