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18.9.20

O QUE É FILOSOFIA?









COLUNA #2,
HISTEDBR,
"O QUE É FILOSOFIA?"
Prof. Zanin,
18set2020















Olá, tudo bem?

Sou o Professor Zanin.

Seja bem-vindo à coluna “A lei é pensar o educar”!

Sou formado em Direito, mestre e doutorando em Filosofia do Direito.

Além disso, sou especialista em Educação.

Há doze anos sou professor da educação superior.

Hoje vamos pensar sobre uma pergunta simples, mas incômoda e difícil: o que é filosofia?








A dificuldade da questão está no sentido de que é, ela mesma, uma questão filosófica.

Ademais, não há consenso entre os filósofos.

Por isso, cada época propôs o seu conceito de filosofia.

Pense na sua ciência, por exemplo, a pergunta “o que é” é simples e desconcertante porque, provavelmente, ainda hoje não temos respostas definitivas e consensuais.

O que é Direito?

O que é Educação?

Essas duas perguntas são difíceis para qualquer profissional, seja da ciência jurídica, seja das ciências da educação.

Por isso, feitas essas advertências, proponho duas abordagens: etimológica e manualesca.








Etimologicamente, a palavra “filosofia” vem da união de duas palavras gregas: philia e sophos.

A primeira significa amor.

A segunda, saber.

Assim, unindo as palavras, a filosofia é amor ao saber, à sabedoria; o filósofo é o amante do saber; e o filosofar é o processo que leva ao saber.

Os deuses não precisam filosofar porque eles já sabem tudo.

Os seres humanos precisam, pois não sabem nada!

Assim, filosofia é o que o filósofo faz ao filosofar!








Do ponto de vista dos manuais, a filosofia é definida como a busca pelos fundamentos universais que explicam, racional e sistematicamente, a totalidade dos mundos (natural e humano).

Vamos pensar essa definição.

Veja bem, trata-se de uma busca constante porque sempre incompleta, uma vez que não somos deuses.

Não saber nada leva o ser humano à busca e ao ato de questionar.

Não por acaso Sócrates é o patrono da filosofia, pois, quando soube que o oráculo o tinha definido como o ser humano mais sábio da Grécia, ele duvidou e foi, humildemente, questionar os considerados “mais sábios” para provar que ele não era.

Teve uma surpresa, pois “os mais sábios” acreditavam ter a posse fechada e dogmática do saber, mas ele, Sócrates, era realmente o mais sábio, pois se considerava apenas amigo do saber, numa busca aberta e flexível.








No entanto, nem toda busca é filosófica.

A busca questionadora e amorosa do filósofo direciona seus esforços ao fundamento (arché).

O fundamento é aquilo do qual todas as coisas nascem, aquilo que sustenta todas as coisas e para o qual todas as coisas retornam.

O fundamento é a origem, o meio e o fim.

Não por acaso, o primeiro filósofo afirmou que “Tudo é água” ou que, mais tarde, afirmou-se que “o ser humano é a medida de todas as coisas”.

A metafísica, como parte da filosofia e que está além da física, exemplifica essa busca filosófica pelo fundamento de tudo, além da física, do empírico e das ciências.








Uma das características do fundamento é que ele é universal, no sentido de que vale para todos e em todos os lugares.

Universal é diferente de particular.

Universal lembra uno, unidade, que é diferente de múltiplo e de multiplicidade.

A busca da filosofia, por ser universal, é diferente da busca das ciências, que são particulares.

Aliás, no começo da filosofia, as ciências nasceram dela e de sua busca questionadora.

Só mais tarde as filhas ciências vão brigar e se separar da mãe filosofia.








O resultado dessa busca questionadora dos fundamentos universais é uma explicação racional e sistemática.

Racional porque baseada não nas opiniões (doxa), mas sim em argumentos lógicos, no sentido de que vem de outra palavra grega, o logos.

Além disso, tais argumentos do logos vão formando um sistema de conceitos ordenado e coerente.








Universalidade, racionalidade, sistematicidade, ordem e coerência remetem à totalidade das explicações da filosofia, mais uma vez diferenciando-a das ciências, que dão respostas parciais.

As ciências, que buscam respostas, não conseguem pensar a totalidade do mundo, pois suas teorias são direcionadas a objetos parciais.

Só a filosofia, que busca manter vivo o perguntar, consegue, pois seu questionar busca o fundamento.








O fundamento explica o mundo natural e humano.

O fundamento fundamenta, manifesta-se no mundo.

No começo da filosofia, o fundamento filosófico era físico (physis).

Depois, tornou-se humano (nomos).

Não por acaso, a filosofia nasceu em “confronto” com a tradição do mito (Homero e Hesíodo) e com os sofistas, os primeiros pedagogos e advogados do Ocidente.

A filosofia é da mesma época do nascimento da cidade (polis), da política, da democracia, garantidas pela luta inclusiva em torno da educação (paideia) e do direito (nomos, themis, diké), antes restritos à nobreza.

A filosofia busca, questionando, o fundamento de tudo, para fundamentar e manifestar-se em tudo.

Essa é sua utilidade!








A função dessas primeiras aproximações à filosofia é a de servir de apoio didático.

Claro que, mais tarde, os próprios filósofos vão questionar o caráter universal e sistemático da filosofia.

No entanto, vale como ponto de partida introdutório.








Obrigado pela leitura e nos vemos nos próximos textos.

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Abraços, abra-se e “bora pensar direito!”, Prof. Zanin.






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